26 de dezembro de 2006

EU ETIQUETA






Estou, estou na moda.
É doce estar na moda, ainda que a moda
seja negar minha identidade,
trocá-la por mil, açambarcando
todas as marcas registradas,
todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Estou, estou na moda.
É doce estar na moda, ainda que a moda
Seja negar a minha
Identidade. eu que antes era e me sabia
tão diverso de outros, tão mim mesmo,
ser pensante, sentinte e solidário
com outros seres diversos e conscientes
de sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio.
Ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comprazo, tiro glória
de minha anulação.
Não sou - vê lá - anuncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
para anunciar, para vender
em bares festas praias pérgulas piscinas
e bem à vista exibo esta etiqueta
global no corpo que desiste
e ser veste e sandália de uma essência
tão viva, independente,
que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
minhas idiossincrasias tão pessoais,
tão minhas que no rosto se espelhavam,
e cada gesto, cada olhar,
cada vinco da roupa
resumia uma estética?

(Carlos Drummond de Andrade, 1984)

19 de novembro de 2006

Colonizando corpos

Como Foucault costumava dizer: “O poder da sociedade moderna age diretamente sobre os corpos, tornando-os dóceis e disciplinados.” Considerando os “anos dourados” pelos quais passa a domesticidade feminina, é possível afirmar que a preocupação em patrocinar certos estereótipos de mulher é reveladora, pois neles operam mecanismos de controle e autocontrole do comportamento e da sexualidade.

A imagem feminina dócil e disciplinada é uma ferramenta de poder: serve para subjugar ilusões e aspirações, e abonar os valores da cultura hegemônica.

Coitadas das que não ficarão tão lindas quanto Gisele Bündchen, enfiando o dedo na garganta para vomitar; das que se mutilam, se entregam ao definhamento, ou simplesmente usam o mesmo creme que ela usa na propaganda, esperando obter alívio da opressão estética — como se autoestima e amor-próprio viessem em potes plásticos.

Quantas mulheres sonham um dia ser como as top models: desejadas e reverenciadas pelas “cortes” masculinas, e conquistar um lugar no mundo. Mesmo que tornar-se aquilo que os homens mais apreciam signifique preencher o sinistro sarcófago da anorexia, ainda assim, muitas mulheres, cotidianamente, se empenham em satisfazer as fantasias e os ideais machistas.

A princípio, as maiores e melhores oportunidades serão creditadas às belas, às magras, às bem-vestidas e às sedutoras. Isso é tão forte na mente das pessoas que, aparentemente, todas as escolhas e fatos da vida feminina convergem para um aprisionamento nessa “imagem tirânica”.

É o império da Estética da Limitação — e da violência contra o corpo. Da violência que coloniza mentes, corações e territórios.

23 de setembro de 2006

Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...

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SELF SERVICE

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Os homens  preferem as loiras,
as pernas, as bundas
as ricas, as putas
as filhas das santas
letradas, peitudas
alunas da puc,
solteiras, taradas
mulheres pudicas
peludas, escravas,
as boas de cama,
mucamas, mineiras,
as freiras da Itália,
escocesas, peladas
meninas de estrada,
as bem mal-amadas,
aquelas que sempre dizem te amo
e mais nada...
licença poética

Lugar de mulher é...

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Solteira de aceso facho
precisa logo de macho;
se é nervosinha a casada
só pode ser mal transada;
viúva cheia de enfado
tem saudade do finado;
puta metida a valente
quer cafetão que a esquente.
Mulher não vive sem homem.
Mulher não vive sem homem.
A prova mais certa disto
é que até as castas freiras
são as esposas... de Cristo.
Tal regra é tão extremista
que não contém exceção:
quem sai dela é feminista,
fria, velha ou sapatão"
E pelas bagagens dos preconceitos adquiridos
que chega-se a tanta conclusão.
licença poética

28 de agosto de 2006

OLHOS CANIBAIS SÓ CONSOMEM IMAGENS CRUAS



Foram-se os tempos em que os programas de TV de sábado à tarde eram dedicados aos shows enfadonhos.
“Após o comercial, os telespectadores poderão assistir a como é feita uma lipo”, anuncia a apresentadora bonitona. Logo depois, o procedimento cirúrgico é transmitido ao vivo e em cores cruas — sem edição ou censura de imagens.

Já de saída, caberiam aqui milhares de comentários sobre Ética Médica, outros milhares sobre a banalidade e a mediocridade dos programas de TV. Mas o episódio todo merece ser comentado.

“Hoje em dia, graças à cirurgia plástica, qualquer mulher pode ficar satisfeita consigo mesma”, diz o sorridente doutor, enquanto se prepara para “dilapidar” uma mulher. Ao mesmo tempo em que realiza a cirurgia, o médico fala à repórter sobre os “benefícios” de se fazer uma plástica para reduzir os “excessos”.

Muitíssimo mais impressionante do que as palavras levianas do “doutor” era sua performance: parecia um toreador, enfiando suas espadas no lombo del toro. A destreza com o bisturi até poderia ser considerada algo profissional— não fosse o exibicionismo macabro. Era de arrepiar quando ele enfiava a agulha cirúrgica (un espetón) nas costas da paciente (vítima), despedaçando e sugando a gordura dela.

A apresentadora tentava amenizar o mal-estar e a falta de decoro, defendendo que a apresentação de cirurgias plásticas na TV era algo “educativo”.

A paciente — uma jovem vítima, magrela e sorridente — assistia (junto com milhões de pessoas) à própria carne, inerte e servil, ser esfaqueada em prol do clímax do espetáculo. Sempre sorrindo, satisfeitíssima, ela também não ficava atrás no quesito exibicionismo. Afinal de contas, seu corpo era o centro daquele show e a razão dos pontos altíssimos no IBOPE.

A cirurgia dolorosa e banal termina, e a repórter pergunta à paciente se doeu. Com a mesma simpatia alienada, ela responde: “Não doeu nada, foi até divertido”.

Divertido?
Realmente, tem muita gente que se diverte vendo barbaridades, acha graça, dá boas gargalhadas com bizarrices.
Mas fala sério: numa tourada, quem menos se diverte é o touro — assistindo ao próprio lombo ser perfurado .

Resumindo: eram cenas que extrapolavam os limites do bom senso estético e passavam a anos-luz de qualquer senso ético. Um show sinistro protagonizado por um médico sem decoro, um corpo inerte e submisso, um programa de TV inconsequente e multidões de espectadores (voyeurs), apreciando com seus “olhos canibais” a gastronomia daquelas imagens.

Na TV é assim:

  • A medicina — a ciência que discute o limiar entre a vida e a morte — é convertida em “entretenimento escatológico”;
  • O corpo feminino é convertido num pedaço de carne a ser consumido;
  • E o escrúpulo é convertido em algo inexistente, quando o assunto é prender a atenção do telespectador médio com imagens de brutalidade.





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27 de agosto de 2006

Dóceis e úteis

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A máquina

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EUSOU O MEU CORPO,
EU PERTENÇO A ELE,
ELE PERTENCE AOS HOMENS

Muitas vezes essa frase pode soar estranha ou até mesmo óbvia, tudo depende do nível de consciência que seus olhos possam suportar. O fato de muitas mulheres se reduzirem à suas bundas ou peitos não é muito raro numa sociedade onde as pessoas não são. Elas possuem. Se um homem interessante se mede pelo valor de seu carro (e de seu celular) e uma mulher pelo tanto de sexualidade que transpira, quanto mais perto dos padrões de beleza veiculados nas revistas e novelas mais valor ela vai poder agregar ao veículo de seu namorado. Para muitos, se não ficasse esteticamente estranho, poderiam até se cortar as cabeças femininas, questão de bom senso. Tudo o que não tem utilidade é supérfluo, tudo que é supérfluo é coisa de mulher. Coisa de mulher é gastar o dinheiro que os homens ganham, eles ganham porque pensam. Lógica capitalista. Lógica dos que sabem pensar.
Nos tempos em que o machismo se generaliza e se torna totalizante, os olhos totalizam a consciência das pessoas, o conceito do estético aprisiona os seres humanos e eles não conseguem pensar para além da forma. O desejo manifesto por um automóvel é igual ao que se tem por uma mulher. O tesão que sentimos por uma bunda ou pelo design de uma traseira de carro é praticamente o mesmo. Eles irão servir-te da mesma forma. Irão te valorizar no mercado se forem bonitas e de último modelo. O machismo anula as diferenças entre um automóvel e uma mulher. Entre o corpo e cérebro feminino. Entre as roupas que uma mulher pode comprar e sua capacidade de pensar. Entre um relacionamento amoroso e um financiamento de um bem.

19 de agosto de 2006

Trabalho doméstico infantil.


Marielma Sampaio. Filha de uma agricultora do interior do Pará. A mãe entregou a filha a um casal com a promessa de que a menina iria trabalhar e estudar em Belém. No dia 12 de novembro de 2005, foi assassinada. O laudo do IML indicava que Marielma fora vítima de fraturas no crânio e nas costelas. Teve os pulmões perfurados, ruptura do baço e dos rins, sofreu queimaduras, além de seu corpo apresentar marcas de choque elétrico. Os responsáveis pelo crime foram a patroa de Marielma, Renata, e o patrão, Ronivaldo, que estuprou a menina antes de matá-la.

Essa criança da foto não existe mais. Deixou de existir porque era pobre e do sexo feminino. Mas as pancadas dos carrascos que eliminaram Marielma não são menos violentas do que a injustiça social deste país, que permite que continuem existindo milhares de outras Marielmas: meninas pobres, que são usadas como mão de obra, abusadas sexualmente e jogadas fora como resíduo.

O trabalho infantil doméstico envolve quase meio milhão de crianças e adolescentes no Brasil. Aproximadamente uma em cada 10 crianças entre 10 e 14 anos trabalha no país (CEPAL, 1999). Esta taxa está entre as três maiores da América Latina, com o agravante de que o Brasil tem, pelo menos, o dobro da renda per capita dos outros países que apresentam taxas similares (Honduras e Guatemala).

Das crianças e adolescentes que trabalham em casas de terceiros (dados PNAD – 2001): 93% são do sexo feminino, 61% são afrodescendentes, 45% têm menos de 16 anos (idade mínima permitida por lei para o trabalho doméstico).

O trabalho infantil doméstico, além das críticas usuais aplicáveis a todo tipo de trabalho infantil, gera também preocupações específicas devido a duas peculiaridades:

Por ocorrer fora do sistema econômico (não visa lucro), tem um impacto diferente sobre a socialização para o trabalho em relação ao exercido em estabelecimentos empresariais. Ou seja, o trabalho infantil doméstico contribui menos para a experiência do trabalhador do que outras formas de inserção no mercado de trabalho.

Por ser realizado no âmbito residencial, onde não é possível uma fiscalização sistemática, expõe o(a) trabalhador(a) a uma série de injustiças, desde a baixa remuneração e longas jornadas de trabalho até as mais críticas, que envolvem abusos sexuais e atos de violência.

Outra característica deste problema está relacionada ao gênero: as meninas somam mais de 90% dos casos, já que culturalmente tarefas domésticas são "naturalmente" atribuídas às mulheres.

As consequências deste tipo de trabalho impactam:

  • a saúde (por exemplo, muitas meninas sofrem de doenças nervosas, como problemas estomacais e dores de cabeça);

  • o desenvolvimento psicológico (amadurecimento acelerado, reduzindo o período da infância);

  • e o desenvolvimento social (privadas da convivência com suas famílias, não se sentem parte de um grupo social).

Dados: UNICEF, 1997.

15 de agosto de 2006

AS MULHERES DA MINHA GERAÇÃO



As mulheres de minha geração abriram suas pétalas rebeldes
Não de rosas, camélias, orquídeas ou outras flores.
De frivolidades tristes, de casinhas burguesas, de costumes anexos
Mas de pólens peregrinos entre ventos
Porque as mulheres de minha geração floresceram nas ruas
Nas fábricas se fizeram fiandeiras de sonhos
No sindicato organizavam o amor segundo seus sábios critérios
Ou seja,disseram as mulheres de minha geração
Cada uma segundo a sua necessidade e capacidade de resposta
Como na luta golpe a golpe e no amor beijo a beijo
Em escolas argentinas,chilenas ou uruguaias
Aprenderam o que tinham que saber para o saber glorioso
Das mulheres de minha geração
Mini – saias em flor nos anos setenta
As mulheres de minha geração não ocultaram nem as sombras
De coxas de fora como as de Tânia
Erotizando com o maior dos calibres
Os caminhos duros da hora marcada com a morte
Porque as mulheres de minha geração
Beberam com vontade o vinho dos vivos
Acudiram a todos os chamados
E foram dignidade na derrota
Nos quartéis lhes chamaram de putas e não as ofenderam
Pois vinham de um bosque de sinônimos alegres:Minas,Brotos, Gatas, Moças, Pequenas, Gurias, Garotas,Velhas,SenhorasSenhoritas, Panteras
Até que elas mesmas escreveram a palavra Companheira
Em suas costas e nas paredes de todas as celas
Porque as mulheres de minha geração
Nos marcaram com o fogo indelével de suas unhas
A verdade universal de seus direitos
Conheceram a prisão e os golpes
Habitaram mil pátrias e em nenhuma
Choraram seus mortos e os meus como se fossem seus
Deram calor ao frio e ao cansaço desejos
À água sabor e ao fogo a direção correta
As mulheres de minha geração pariram filhos eternos
Cantando “summertime” os amamentaram
Fumaram marijuana nos poucos descansos da luta
Dançaram o melhor do vinho e beberam as melhores melodias
Porque as mulheres de minha geração
Nos ensinaram que a vida não se oferece em borbotões companheiros
Porém de golpe e até o fundo das conseqüências
Foram estudantes, mineiras,sindicalistas, operárias,Artesãs, atrizes,guerrilheiras, até mães e parceiras
Nos raros tempos livres da luta de Resistência
Porque as mulheres de minha geração só respeitaram os limites que
Superavam todas as fronteiras
Internacionalistas de carinho,brigadistas do amor,
Delegadas de dizer te amo, milicianas na carícia
Entre uma batalha e outra as mulheres de minha geração se deram toda
E disseram que ainda era pouco.
Declararam-nas viúvas em Córdoba e Tlatelolco.
Vestiram-nas de negro em Porto Montt e São Paulo
E em Santiago, Buenos Aires ou Montevidéu
Foram as únicas estrelas na longa noite clandestina
Suas prisões não são prisões
Porém uma forma de viver para o que der e vier.
As rugas que aparecem em seus rostos
Dizem tenho sorrido e chorado e voltaria a fazê-lo.
As mulheres de minha geração
Ganharam alguns quilos de razões que se grudam em seus corpos
Se movem um pouco mais lentas e cansadas de esperar-nos na meta final
Escrevem cartas que incendeiam memórias
Recordam aromas proscritos e os exaltam
Inventam a cada dia as palavras e com elas nos empurram
Nomeiam as coisas e nos preparam o mundo
Escrevem verdades na areia e as entregam ao mar
Nos convocam e nos parem sobre a mesa posta
Elas dizem pão, justiça, liberdade
E a prudência se transforma em vergonha
As mulheres de minha geração são como barricadas:
Protegem e animam, dão confiança e suavizam o gume da ira.
As mulheres de minha geração são como um punho cerrado
Que resguarda com violência a ternura do mundo.
As mulheres de minha geração não gritam
Porque elas derrotaram o silêncio.
Se algo nos marca, são elas.
A identidade do século são elas.
Elas: a fé fortalecida,o valor oculto num panfleto
O beijo clandestino,o retorno de todos os direitos
Um tango na serena solidão de um aeroporto
Um poema de Gelman escrito num guardanapo
Benedetti compartilahdo no mundo de um guarda - chuva
Os homens e os amigos protegidos com raminhos de arruda
As cartas que fazem beijar o carteiro
As mãos que sustentam os retratos de meus mortos
Os elementos simples dos dias que aterrorizam o tirano
A complexa arquitetura dos sonhos de teus netos
Isso é tudo e tudo se sustenta
Porque tudo vem com seus passos e nos chega e nos surpreende.
Não há solidão onde elas cuidam
Nem esquecimento enquanto elas cantam.
Intelectuais do instinto, instinto da razão
Prova de força para o forte e vitamina do fraco.
Assim são elas, as únicas, imprescindíveis
Sofridas, golpeadas, negadas porém invictas
Mulheres de minha geração

Luís Sepúlveda, 1999 - ( tradução- Jacaré e Edimar)

22 de maio de 2006

MATERIAL GIRL


Estamos vivendo num mundo materialista
E eu sou uma garota materialista
Você sabe que estamos
Vivendo num mundo materialista
E eu sou uma garota materialista,
o cara com a grana de verdade









É sempre o "Senhor Certo"


ROSTINHO E CORPINHO DE BONECA:























A autoimagem é uma espécie de "retrato mental" que a pessoa tem de si mesma. A insatisfação com o próprio corpo, causada por uma autoimagem deturpada, pode levar a um distúrbio de autoimagem. A pessoa sente-se inadequada, pouco atraente, acha-se incapaz de ser aceita, sente-se constantemente rejeitada e pode partir para a "correção" daquilo que avalia como defeituoso em si própria.

Uma percepção inadequada do tamanho ou das proporções do corpo, ou de partes dele vistas como maiores, mais volumosas ou desproporcionais do que realmente são, pode gerar uma insatisfação constante em mulheres adultas, adolescentes e crianças. Nesse sentido, a insatisfação começa sendo vinculada a uma parte específica do corpo (como a barriga, por exemplo) e, ao final, atinge o corpo como um todo. Essa percepção pode levar a pessoa a se recriminar.

Muitas vezes, em função dessa distorção, a pessoa evita situações em que tenha de expor o corpo, como piscina, praia, relacionamentos íntimos, entre outros. Há divergências sobre se o transtorno de autoimagem seria causa ou consequência da anorexia nervosa, mas há consenso quanto ao seu papel na manutenção e até mesmo na perpetuação do quadro, sendo que a pessoa continua se vendo "gorda" mesmo quando está patologicamente magra. O emagrecimento não faz cessar a ânsia de perder peso — muito pelo contrário.

Embora menos comprometida do que na anorexia, a autoimagem corporal também está alterada na bulimia nervosa. A boneca Barbie, por exemplo, presente na vida de 9 em cada 10 meninas, tem proporções que, se projetadas em um corpo adulto, revelariam um caso de anorexia. São essas as proporções que moldaram — e continuam moldando — a autoimagem de milhares de meninas.