20 de novembro de 2013

Viva a resistência da população negra! 500 anos lutando contra dominação!





Carta a Mãe África
É preciso ter pés firmes no chão
Sentir as forças vindas dos céus, da missão...
Dos seios da mãe África e do coração
É hora de escrever entre a razão e a emoção
Mãe! Aqui crescemos subnutridos de amor
A distância de ti, o doloroso chicote do feitor...
Nos tornou algo nunca imaginavel, imprevisível
E isso nos trouxe um desconforto horrível
As trancas, as correntes, a prisão do corpo outrora...
Evoluiram para a prisão da mente agora
Ser preto é moda, concorda? Mas só no visual
Continua caso raro ascensão social
Tudo igual, só que de maneira diferente
A trapaça mudou de cara, segue impunemente
As senzalas são as ante salas das delegacias
Corredores lotados por seus filhos e filhas...
Hum! Verdadeiras ilhas, grandes naufrágios
A falsa abolição fez vários estragos
Fez acreditarem em racismo ao contrário
Num cenário de estações rumo ao calvário
Heróis brancos, destruidores de quilombos
Usurpadores de sonhos, seguem reinando...
Mesmo separado de ti pelo Atlântico
Minha trilha são seus românticos cantos
Mãe! Me imagino arrancado dos seus braços
Que não me viu nascer, nem meus primeiros passos
O esboço! É o que tenho na mente do teu rosto
Por aqui de ti falam muito pouco
E penso... Qual foi o erro cometido?
Por que fizeram com a gente isso?
O plano fica claro... É o nosso sumiço
O que querem os partidários, os visionários disso
Eis a qüestão...
A maioria da população tem guetofobia
Anomalia sem vacinação.
E o pior, a triste constatação:
Muitos irmãos patrocinam o vilão...
De várias formas oportunistas, sem perceber
Pelo alimento, fome, sede de poder
E o que menos querem ser e parecer...
Alguém que lembre, no visual, você.
( Refrão 2x ) (Colagem: A Carne - Elza Soares)
A carne mais barata do mercado é a negra,
A carne mais marcada pelo Estado é a negra
A carne mais barata do mercado é a negra,
A carne mais marcada pelo Estado é a negra
Os tiros ouvidos aqui vêm de todos os lados
Mas não se pode seguir aqui agachado
É por instinto que levanto o sangue Banto-Nagô...
E em meio ao bombardeio
Reconheço quem sou, e vou...
Mesmo ferido, ao fronte, ao combate
E em meio a fumaça, sigo sem nenhum disfarce
Pois minha face delata ao mundo o que quero:
Voltar para casa, viver meus dias sem terno
Eterno! É o tempo atual, na moral
No mural vedem uma democracia racial
E os pretos, os negros, afro-descendentes...
Passaram a ser obedientes, afro-convenientes.
Nos jornais, entrevistas nas revistas
Alguns de nós, quando expõem seus pontos de vista
Tentam ser pacíficos, cordiais, amorosos
E eu penso como os dias tem sido dolorosos
E rancorosos, maldosos muitos são,
Quando falamos numa miníma reparação:
- Ações afirmativas, inclusão, cotas?!
- O opressor ameaça recalçar as botas..
Nos mergulharam numa grande confusão
Racismo não existe e sim uma social exclusão
Mas sei fazer bem a diferenciação
Sofro pela cor, o patrão e o padrão
E a miscigenação, tema polêmico no gueto
Relação do branco, do índio com preto
Fator que atrasou ainda mais a auto-estima:
-Tem cabelo liso, mas olha o nariz da menina
O espelho na favela após a novela é o divã
Onde o parceiro sonha em ser galã
Onde a garota viaja...
Quer ser atriz em vez de meretriz
Onde a lágrima corre como num chafariz
Quem diz! Que este povo foi um dia unido
E que um plano o trouxe para um lugar desconhecido
Hoje amado (Ah! muito amado..), são mais de quinhentos anos
Criamos nossos laços, reescrevemos sonhos
Mãe! Sou fruto do seu sangue, das suas entranhas
O sistema me marcou, mas não me arrebanha
O predador errou quando pensou que o amor estanca
Amo e sou amado no exílio por uma mãe branca
( Refrão 2x )
A carne mais barata do mercado é a negra,
A carne mais marcada pelo Estado é a negra
A carne mais barata do mercado é a negra,
A carne mais marcada pelo Estado é a negra.



Com participação de Ellen Oléria.

17 de novembro de 2013

Previsão de orçamento da União para 2014



























Segundo a coordenadora do movimento Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, é mentira dizer que não temos mais dívida externa e que o FMI não exerce mais influência sobre a nossa economia. “O FMI continua monitorando a economia brasileira, embora tenhamos pago a parte financeira que devíamos a eles. Mesmo assim, continuamos sócios do FMI”, diz ela em entrevista ao site  amaivos.
Maria Lucia Fattorelli é auditora fiscal da Receita Federal, coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida. Graduada em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais e em Ciências Sociais pela Faculdade de Ciências Contábeis Machado Sobrinho, em Juiz de Fora. Especializou-se em Administração Tributária pela Fundação Getúlio Vargas e organizadora do livro “Auditoria da Dívida: Uma Questão de Soberania”.  Do ponto de vista das relações internacionais, de fato, a auditoria da dívida brasileira é uma questão de soberania nacional. Mas para os milhões de cidadãos e cidadãs brasileiros e brasileiras a auditoria da dívida, pode-se dizer, trata-se de uma questão de cidadania. Que dívida é essa? Por que o governo brasileiro paga seus juros sem qualquer tipo de questionamento?
A dívida pública brasileira  dividi-se em dívida externa e dívida interna. A dívida externa estava em R$ 682, 8 bilhões de reais em setembro deste ano de 2013. Já a dívida interna estava em  R$ 2 trilhões de reais no mesmo período. Somadas as duas dívidas ultrapassam os R$ 2,5 trilhões de reais. O pagamento dos juros dessa dívida consome a maior parte dos recursos da União. Dinheiro que poderia está sendo usado em saneamento básico, reforma urbana, programas de habitação, transporte, meio ambiente, entre outras necessidades dos cidadãos.

Para o ano que vem, a previsão é de que os gastos, só com o juro da dívida, cheguem a 42,42% do orçamento da União. Qualquer aumento na aposentadoria, nos encargos com Previdência Social,  tem sido tratado como problema pelo governo (ano passado as aposentadorias fora reajustadas um pouco acima da inflação do ano de 2012, ou seja, 5,84%), contudo, a taxa de juro (que incide sobre essa dívida) acaba de aumentar para 10% ao ano é a Previdência que continua preocupando. Segundo Maria Lucia Fattorelli, 50% dos papéis da dívida brasileira estão na mão de estrangeiros, isto é: instituições financeiras internacionais. O  lucro dessas instituições não param de crescer, em função desse compromisso dos governos brasileiros (de FHC, passando por Lula e Dilma) em  garantir  juros autos, que comprometem cada vez mais a destinação dos recursos públicos brasileiro.