Segundo a coordenadora do movimento Auditoria Cidadã da
Dívida, Maria Lucia Fattorelli, é mentira dizer que não temos mais dívida
externa e que o FMI não exerce mais influência sobre a nossa economia. “O FMI
continua monitorando a economia brasileira, embora tenhamos pago a parte
financeira que devíamos a eles. Mesmo assim, continuamos sócios do FMI”, diz
ela em entrevista ao site amaivos.
Maria Lucia Fattorelli é auditora fiscal da Receita Federal,
coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida. Graduada em Administração pela
Universidade Federal de Minas Gerais e em Ciências Sociais pela Faculdade de
Ciências Contábeis Machado Sobrinho, em Juiz de Fora. Especializou-se em
Administração Tributária pela Fundação Getúlio Vargas e organizadora do livro
“Auditoria da Dívida: Uma Questão de Soberania”. Do ponto de vista das relações internacionais,
de fato, a auditoria da dívida brasileira é uma questão de soberania nacional. Mas
para os milhões de cidadãos e cidadãs brasileiros e brasileiras a auditoria da
dívida, pode-se dizer, trata-se de uma questão de cidadania. Que dívida é essa?
Por que o governo brasileiro paga seus juros sem qualquer tipo de
questionamento?
A dívida pública brasileira dividi-se em dívida externa e dívida interna.
A dívida externa estava em R$ 682, 8 bilhões de reais em setembro deste ano de
2013. Já a dívida interna estava em R$ 2 trilhões de reais no mesmo
período. Somadas as duas dívidas ultrapassam os R$ 2,5 trilhões de reais. O
pagamento dos juros dessa dívida consome a maior parte dos recursos da União. Dinheiro
que poderia está sendo usado em saneamento básico, reforma urbana, programas de
habitação, transporte, meio ambiente, entre outras necessidades dos cidadãos.
Para o ano que vem, a previsão é de que os gastos, só com o
juro da dívida, cheguem a 42,42% do orçamento da União. Qualquer aumento na
aposentadoria, nos encargos com Previdência Social, tem sido tratado como problema pelo governo
(ano passado as aposentadorias fora reajustadas um pouco acima da inflação do
ano de 2012, ou seja, 5,84%), contudo, a taxa de juro (que incide sobre essa
dívida) acaba de aumentar para 10% ao ano é a Previdência que continua
preocupando. Segundo Maria Lucia Fattorelli, 50% dos papéis da dívida brasileira
estão na mão de estrangeiros, isto é: instituições financeiras internacionais.
O lucro dessas instituições não param de
crescer, em função desse compromisso dos governos brasileiros (de FHC, passando
por Lula e Dilma) em garantir juros autos, que comprometem cada vez mais a
destinação dos recursos públicos brasileiro.
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