25 de outubro de 2011

Assédio e abuso sexual não tem graça!




Milhares de brasileiras que utilizam transporte coletivo são vítimas de assédio e abuso sexual todos os dias. Todo mundo conhece histórias de mulheres molestadas a caminho do trabalho, do estudo, na volta para casa.
Um homem se aproximou me segurou pelo braço, mandou ficar quieta ou ia cortar meu rosto. Achei que era um assalto, abri a bolsa dei minha carteira pra ela. Mas ele colocou a mão embaixo da minha saia, rasgou minha calcinha e me tocou.
O assédio começou assim que eu entrei no vagão lotado. Ele se encostou no meu corpo. Olhei para trás e vi o pênis dele para fora da calça. Senti tanto nojo que comecei a passar mal.

Situações como essas causam revolta e ojeriza em pessoas com o mínimo de sensibilidade, mas têm sido objeto das piadas sem graça do Programa Zorra Total. No quadro do programa chamado Metrô, além de estereotipar as mulheres pobres através das personagens Valéria e Janete, o humorismo da rede Globo faz coro com Rafinha Bastos, dando a entender que algumas mulheres (leia-se as feias, as que estão acima do peso, as pouco instruídas, as suburbanas) devem é “agradecer” e “usufruir” do assédio, do abuso, do estupro ou outra forma de violência que lhes for imposta.
Ao invés de reconhecer que algumas piadas não deveriam ser difundidas pelos meios de comunicação, pois banalizam questões sérias, que devem ser objeto de reflexão e não de chacota, os “humoristas” preferem continuar com a política de depreciação do outro, isto é: das mulheres, dos homossexuais, dos negros, pessoas obsessas, pouco instruídas e assim por diante.

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