1 de fevereiro de 2012

FEMINISTAS APOSTOS: vem aí As Brasileiras, a nova série da Globo.




Vem aí a nova série da Globo, As Brasileiras que, segundo dizem, pretende mostrar o “charme irresistível” da mulher brasileira. No elenco estão personalidades como Xuxa, que não costuma atuar em produção para adultos (desde a  pornochanchada  “Amor estranho amor”); a cantora e por ora atriz Ivete Sangalo; a hollywoodiana Alice Braga;  a garota Devassa Sandy, entre outras atrizes e não-atrizes que compõem os  exemplares de brasileiras irresistíveis. Os títulos dos episódios associam as personagens às respectivas regiões que representam: A Sambista da BR-116, A Culpada de BH, A Venenosa de Sampa, A Inocente de Brasília, A fofoqueira de Porto Alegre, A Selvagem de Santarém, A indomável do Ceará e assim por diante.

O episódio de estréia será a Justiceira de Olinda e trará Juliana Paes no papel de uma mulher ciumenta que castra o marido, mas se arrepende e tenta salvar o órgão dele com ajuda da melhor amiga, que posteriormente descobre ser a amante do marido. Já na estréia As Brasileiras mostra a que veio, lançando mão da fórmula: justiça feminina =castração masculina. Fórmula que, fora da banalidade das séries da Globo, resguarda a perspectiva de que as exigências e anseios femininos podem terminar com a  emasculação de algum homem.

Além disso, tudo indica que As Brasileiras, seguem a mesma linha de As Cariocas: mulheres submissas se fingindo de “fêmeas alfa”. Caricaturas femininas que não contribuem, em nada, na conquista de cidadania das brasileiras, na diminuição da violência e do desrespeito aos nossos direitos e, para piorar, corroboram com os estereótipos que fazem do Brasil um dos destinos mais procurados para o turismo sexual. Sim, porque longe do glamour da TV, o charme irresistível, a sensualidade tropical das brasileiras cantada em verso prosa, reificada pelas novelas e vendida pelas agências de viagens fomentam o turismo sexual, consequentemente,  a prostituição e tráfico de mulheres.


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